Geraldo se internou durante um ano em um hospital e passou mais dois anos na Casa de Saúde Nossa Senhora das Dores, em Cascadura, se tratando, fazendo fisioterapia, sendo acompanhado por uma fonoaudióloga e praticando a terapia ocupacional. A terapia é uma das principais atividades disponibilizadas pelo hospital para recuperação dos pacientes. Assim, seu Geraldo reconstruiu sua vida.
“Eu sempre fui acostumado a trabalhar, nunca fui de ficar parado e, quando cheguei ao hospital, só ficava deitado. Nunca imaginei que um dia ia andar de cadeira de rodas. Até fraldas cheguei a usar”, relembra seu Geraldo, falando sobre como foi difícil o recomeço após o acidente.Atualmente, seu Geraldo Cordeiro pode andar e mexer seus braços com facilidade. Depois de anos trabalhando como pedreiro, ele afirma ter descoberto uma nova profissão. Vive do seu trabalho artesanal, ensinado na terapia ocupacional: faz vasos, molduras, porta CDs, porta trecos e admite sentir-se muito feliz fazendo tudo isso.
“Depois do acidente tive que procurar algo para fazer. Então, aprendi a fazer esses trabalhos na terapia ocupacional. Nunca acreditei que ia ficar paralisado para a vida toda, como muitos médicos disseram. Sempre tive fé em Deus e hoje eu estou aqui”, declara, emocionado.Na terapia ocupacional os pacientes que sofreram uma lesão neurológica ou um AVC aprendem a fazer diversos trabalhos artesanais que auxiliam e, ao mesmo tempo, motivam a recuperação dos pacientes.
A terapeuta Edna dos Santos revela que, em datas comemorativas como Natal e Dia das mães, são organizados bazares a fim de vender os trabalhos feitos pelos pacientes no hospital para que, com o dinheiro arrecadado, ela possa comprar mais material para dar continuidade à atividade e para que os pacientes não percam a motivação de fazerem seus trabalhos. O foco principal da terapia ocupacional, de acordo com a terapeuta, é recuperar também a auto-estima dos pacientes e fazer com que se socializem uns com os outros.
TRABALHANDO EM EQUIPE
Segundo a fisioterapeuta Vivian Lopes, o seu trabalho consiste num processo de restituição dos movimentos agregado à terapia: “O nosso trabalho é tentar devolver as funções que o paciente perdeu ou melhorar a qualidade de vida dele a partir daquilo que “restou” e trabalhar com o lado que sofreu a lesão. Tentamos dar sustentabilidade a ele, não só com os nossos serviços, mas com a terapia ocupacional que também os ajuda a desenvolver outros tipos de aptidões”, explica.
No caso de pacientes onde a sequela foi no campo da fala, a responsabilidade fica nas mãos da fonoaudióloga Mônica da Silva. Além da fala, ela trabalha com a parte cognitiva, porque aí o paciente pode melhorar a dicção e a percepção. “O meu trabalho é voltado para a cognição, porque, sem ela, não se consegue fazer outras coisas. Há muitos casos aqui de pacientes que não vão atingir a fala, por isso procuro focar mais nessa parte da cognição, para tentar melhorar a compreensão e a inteligência do paciente e, também, a sua qualidade de vida. Mesmo o paciente não falando, ele pode nos compreender bem e fazer algum tipo de gesto em reposta, que também é compreendido”, revela Mônica.
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